Vocês que acompanham o PlayStorm sabem que eu elogio bastante as produções da Netflix. Mas, como diz minha mãe, devemos “dar à César o que é de César”. Nem sempre esses lindos acertam e às vezes (só às vezes) erram muito feio. E estamos diante desse caso. The Open House (Vende-se Esta Casa, em português) tem tantos defeitos que fica até difícil enumerar, mas prometo tentar.
Em The Open House, novo filme de terror da Netflix, um adolescente (Dylan Minnette) se muda com a sua mãe (Piercey Dalton) para uma nova casa após uma tragédia familiar, mas descobre que algo terrível o aguarda em seu novo lar e que não será possível contar com a ajuda de ninguém.
Roteiro clichê
Tudo bem, eu sei que roteiros de filme de terror/suspense são clichês, na grande maioria dos casos. Mas abusar disso é complicado. Como visto na sinopse acima, o roteiro leva a trama para aquela clássica situação de casa-nova-com-vizinhos-estranhos que estamos cansados de ver. Até aí, nem é de todo o mal. O problema é quando você não consegue desenvolver disso um roteiro minimamente aceitável. Vamos lá, até o primeiro terço do filme, você até compra a ideia. Os conflitos familiares, toda a tensão do ocorrido e os mistérios acabam te intrigando. Mas a conclusão suga tudo para o abismo.
Quando o filme chega em seu arco final, você aguarda uma conclusão lógica ou algo que te surpreenda, mas que de fato conclua o filme. Tudo termina sem conclusão, gerando uma expectativa estéril. “Ah, mas são diretores novos e tentaram inovar”. Ok, beleza, eu entendo. Mas erraram muito. A intenção é louvável, mas num filme que te puxa pra uma trama aparentemente mais profunda do que demonstra, o mínimo que se espera é uma grande conclusão. Mas tudo parece que termina pela metade, sem conclusão alguma.
Atuações medíocres e direção simplória
As atuações merecem destaque. Negativo. Dylan Minnette tem reações muito estranhas em sua atuação. Momentos de over acting mesclados com outros de total apatia. Quando o roteiro permite que ele exploda, ele não o faz. E quando pede uma atuação mais comedida e pontual, ele exagera. Todos (TODOS) os coadjuvantes parecem figurantes com fala, sem carisma e puxando o filme pra baixo. O único ponto alto de atuação fica por conta de Piercey Dalton, mãe do protagonista que tem boas cenas e mostra que é a menor culpada pela tragédia que é o longa.
O filme tem um roteiro que não ajuda, é verdade. Mas a direção contribui muito para as decisões erradas. Ao optar pela tensão, com contribuição da trilha e da fotografia, o filme te prepara para algo que surpreenda, mas essa hora nunca chega. O clímax, tão comum nesse tipo de roteiro e direção, não acontece. E tão pouco algo diferente, que viesse a justificar a opção pelo clichê inicial. Fica uma sensação de “nada com p#rr@ nenhuma” que eu, sinceramente, não consigo imaginar o que a direção pretendia.
O que achamos de The Open House?
É um filme horrível, com todas as letras. Tudo, absolutamente tudo incomoda. Das atuações à direção, passando pelo roteiro e culminando no péssimo final. E impressiona como algo de tão baixa qualidade passou no crivo da empresa. Não sei se pela ânsia de ter novos conteúdos sempre (e a latente dificuldade de negociar com tantas desenvolvedoras/produtoras) ou pela famoso “precisamos de conteúdo próprio”, não vejo motivo para algo tão ruim ser lançado. Se você não quer perder 1 hora e 32 minutos de sua vida, passe longe.
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- Cinema & TV, Críticas
- 22 de janeiro de 2018