A relação entre o homem e o seu animal de estimação já serviu de inspiração pra muita coisa boa que vimos por aí: bons filmes, desenhos, livros e até música. Quem foi criança deve ter pelos menos uma lembrança da Lassie, “a cadela mais famosa do mundo”, ou do Gato Guerreiro, o fiel escudeiro do “conselheiro” He-man. Ainda há tantos outros que merecem menção: Scooby-doo, Mutley, Piu-piu e Frajola, Tom & Jerry; a lista é imensa e não teria fim.
Uma das histórias envolvendo animais de estimação chegou aos cinemas com bastante alarde em 2008: Marley e eu. O filme é a adaptação do livro homônimo de John Grogan, um registro de 13 anos de travessuras e boas histórias do cão e o natural impacto na vida do autor e de sua família.
Mas vamos falar sobre um livro envolvendo um gato. Ora, se já temos um livro assim sobre um cão, por que ler um livro sobre gatos?
A resposta é fácil: cães e gatos são animais extremamente diferentes entre si. Embora ambos sejam excelentes companhias, cada um tem as suas peculiaridades. Os cães são mais submissos, os gatos são mais independentes. Cães tem um humor mais alegre, os gatos tem um humor mais austero. Gatos podem alcançar qualquer altura, os cães entendem melhor os comandos do dono. Os cães são treinados pelos donos, os donos são treinados pelos gatos (é verdade)!
Se em Marley e eu temos uma história cheia de leveza e beleza, o mesmo não ocorre no seu correspondente felino, “Um gato de rua chamado Bob”. Aqui somos apresentados a James Bowen, um jovem britânico que leva uma vida bastante conturbada: viciado em heroína, inscrito em um programa de recuperação de drogas do governo para conseguir direito a moradia, músico de rua. A grana que ele ganhava mal dava para a comida e o transporte.
Além disso, os pontos mais lucrativos para música em Londres eram justamente aqueles onde ele não podia tocar. Ou seja, além de ganhar pouco com a música, ele tinha que fugir o tempo todo dos fiscais e policiais. Uma vida nada fácil. É aí que o gato Bob entra na vida do músico: Bob simplesmente apareceu no corredor do apartamento de James e, por mais que ele tenha relutado no início em ficar com o gato (mais despesas, afinal), Bob (desta vez a inspiração para o nome foi o Twin Peaks e não o cantor Bob Marley) ficou.
Pulo do Gato
O “pulo do gato” do livro, porém, acontece no dia em que Bob segue James, de forma furtiva o suficiente para que este só note o gato já dentro do ônibus, a caminho de mais um dia de violão e ruas. Bob foi “trabalhar” com James e o resultado a partir disto é surpreendente. Bob tornou-se uma celebridade e James colheu os frutos desse sucesso.
Se você estava pensando em qual poderia ser seu próximo livro, pode encomendar “Um gato de rua chamado Bob”. Ele não figurou na lista dos mais vendidos em Londres por 32 semanas seguidas à toa. O livro é daquele tipo que você vai querer ler até o final, sem parar. A história é contada de uma forma bastante honesta. James não esconde seus medos, seus erros, o perigo e as consequências das drogas. Além disso, ele deixa claro que a celebridade aqui não é ele, e sim, o gato Bob. Bob resgata em James uma humanidade que ele havia há muito tempo perdido. Bob é a luz que iluminou o mundo escuro de James, um mundo bastante cruel, violento, solitário. James tinha tudo pra ser mais uma vítima desse mundo, mas um gato salvou-lhe a vida. Vale cada página!
Já existem rumores de que o livro seja adaptado para as telonas. James, inclusive, já avisou: quer Johnny Depp para o papel.
Agora, uma dica cultural, vejam só: Pra quem é de São Paulo e se interessar, hoje (domingo, 9 de março) está rolando no Club Homs (Avenida Paulista, 735) uma exposição com mais de 300 gatos expostos, de raças variadas. A entrada é franca, vale a pena conferir!
- 0 Comentários
- Livros & HQs
- 9 de março de 2014