Anos 80
Se me pedissem para definir a experiência de assistir Stranger Things – série original Netflix – em uma palavra, eu diria: deleite.
Stranger Things é um deleite para todos aqueles que viveram intensamente o boom criativo de filmes da década de 80. Arrisco ainda a dizer que os filmes da década de 80 são facilmente reconhecidos, graças à sua estética, à trilha sonora e a um ar ainda “inocente” que permeava as produções. Exemplos não faltam: Os Goonies, E.T. o extraterrestre, Karate Kid, Garotos Perdidos, Clube dos 5, Gremlins, De volta para o futuro, Curtindo a Vida Adoidado – este talvez o clássico dos clássicos. Ainda podemos citar o ótimo Super 8 (2011) – onde J.J. Abrams revisita o “gênero anos 80”.
Stranger Things parece ter saído diretamente de uma vídeo-locadora para o Netflix. Tudo o que permeava as produções da década de 80 está lá: a estética, a música, a inocência, as crianças como protagonistas, as roupas estranhas, os carros velhos, o cigarro sendo fumado em todo canto, o policial valentão, a amiga feia e até mesmo o bonitão babaca do colégio.
Não só de estética viverá a série
Uma reconstituição perfeita de época não seria, por si só, suficiente para sustentar a série. E é aí que Stranger Things sobressai: tecnicamente ela é impecável. A história começa com o desaparecimento do garoto Will Byers (Noah Schnapp) e o “aparecimento” de Eleven (Millie Brown), uma garota misteriosa que se junta à turma de amigos de Will – Mike, Dustin e Lucas. A trama acompanha a investigação do desaparecimento e todos os acontecimentos misteriosos que envolvem o fato – especialmente com a mãe de Will, Joyce Byers (Winona Ryder).
A atuação de Winona Ryder é inegavelmente o grande destaque: ela é convincente ao representar uma mãe desesperada, que é obrigada a lidar com a rejeição e a desconfiança da loucura e com o ex-marido mau-caráter. Tudo isso com extrema maestria, a ponto de pensar com meus botões que talvez seja uma das melhores atuações da atriz, senão a melhor.
Os núcleos da série estão todos muito bem. O policial durão e investigativo. As crianças e a relação especial com Eleven. Os típicos adolescentes x escolas. Os vilões misteriosos. Em termos de roteiro e direção, também é impossível apontar problemas: É aquele tipo de série que modifica a relação espaço-tempo. Quando você menos espera, já acabou um capítulo. Impossível falar mais sem estragar as surpresas, portanto paro por aqui.
Se puder dizer alguma coisa, eu diria para você leitor – que ainda não assistiu a série – parar tudo o que está fazendo e assistir. Vale a pena. Muito a pena.
Estou tão empolgado que vou até propor aos nossos stormers a gravação de um podcast. Essa merece!
Sugestão de playlist para este post: https://open.spotify.com/user/aspoole/playlist/44DOK02TI8ufHp6c01ocph
Os posts da série “pitacos” são escritos em uma linguagem informal e pessoal.
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- 24 de julho de 2016