Sim meus caros amigos, mais um ano se encerra e com ele fechamos mais um ciclo cinematográfico. 2016 foi um ano conturbadíssimo em muitos âmbitos, da política ao cinema. Tivemos acontecimentos históricos, tragédias inesquecíveis e a queda de um mito. Sim, estamos falando dele mesmo. Leonardo DiCaprio enfim ganhou um Oscar. Na sua 6ª indicação, ele finalmente leva o prêmio máximo do cinema (mesmo essa não sendo sua melhor atuação na carreira). Mas obviamente que a quebra desse tabu gigantesco não passaria impune. Os deuses do cinema trataram de equilibrar as coisas permitindo o lançamento de uma avalanche de filmes horrorosos.
Meus amigos, preparem o saquinho de vômito, respirem fundo por que eu tentarei (em vão) citar os cinco piores filmes do ano, sem ordem de preferência, até por que se já foi difícil escolher apenas cinco, imagina coloca-los em ordem?
1 – Independence Day 2
Esse tinha tudo pra dar me*#a. O primeiro filme foi um marco nos filmes de catástrofe, tanto que após ele vieram dezenas com a mesma linha de roteiro. Mas o primeiro filme encerra um arco coeso, sem espaço pra continuações. E de fato, essa continuação mostra que realmente não tinha história para um segundo filme. A desconfiança já começou quando Will Smith, astro do primeiro longa, leu o roteiro e recusou o papel. Algo do tipo “eu não vou compactuar com essa lixeira”. Olha… sábia decisão do príncipe de Bel-Air.
O filme peca em tantos aspectos que fica complicadíssimo destacar um. Mas a completa falta de noção do roteiro tem que ser levada em conta, pois o filme começa no nada, transita por lugar nenhum e termina absolutamente sem sentido. Diálogos vazios, piadas (todas péssimas) fora de hora e uma fotografia confusa completam o buquê de horrores. Simplesmente lamentável.
2 – Deuses do Egito
Olha, esse eu confesso que desconfiei no trailer. Quando li a sinopse e os atores envolvidos, até pensei que poderia sair algo bom dali. Tinha o Nikolaj Waldau (o Jaime Lannister de Game of Thrones), Gerard Butler, Chadwick Boseman… mas o trailer jogou tudo no ralo. Que efeitos especiais são esses? A coisa é tão amadora que parece que você está jogando um jogo de playstation 4 e as “cut scenes” são cenas pré-renderizadas em um playstation 2. Os personagens construídos de forma péssima, uma história contada de forma rasa e um ritmo completamente desordenado. Chega a dar pena dos atores, que nitidamente tentam dar o seu melhor, mas nada poderia salvar essa bomba. O que me espanta é o fato dele ter sido vendido como um baita blockbuster. Com certeza ganha o troféu “fail” do ano.
3 – Batman vs Superman
Sim, eu sei que já deve ter uma galera me xingando e eu confesso, não poderia me importar menos com isso. Mas tenho motivos sólidos para colocar os filhos de Martha nessa lista.
Primeiramente, temos dois personagens icônicos, um roteiro baseado numa saga fantástica dos quadrinhos, ótimos vilões… e quase nada funciona. Os motivos do confronto entre os protagonistas são rasos e a razão do término é motivo de piada até hoje. Jesse Eisenberg precisa evoluir demais como ator para interpretar um vilão sórdido e cínico como Lex Luthor, cometendo por diversas vezes o que chamamos de “over acting”. O desperdício da aparição do Apocalypse, vilão clássico do Homem de Aço, é de uma falta de noção irritante. Direção péssima em vários pontos, principalmente no andamento do filme. Arrastado demais sem necessidade alguma, fora as (várias) falhas de continuidade em diversas cenas e a confusão forçada dos flash backs. Sem contar as soluções preguiçosas de roteiro (quem lembra do pendrive com as infos dos heróis?).
Tá bom vai, para não dizerem que sou muito chato, eu me surpreendi positivamente com a Gal Gadot e com o Ben Affleck. A primeira eu não julgava ser uma atriz com o perfil da Diana, mas se mostrou perfeita para o papel. O segundo, pelo acúmulo de atuações medíocres na carreira, esperava que faria um péssimo Batman.
4 – A Lenda de Tarzan
Esse foi uma das maiores decepções do ano pra mim. Esperava muito desse filme, que prometia uma releitura moderna e mais dramática em cima da já batida história do bom selvagem. Mas é outro filme que escorrega demais por conta da mão do diretor, que não sabe dosar absolutamente nada. Muitas diálogos travam o roteiro, que tinha uma premissa excelente, de se desenvolver. Um casting ótimo de atores se perde na péssima direção, que não soube explorar a parte mais dramática do roteiro, tirando a densidade do filme. No fim, um filme de pouco menos de 2 horas de exibição para um roteiro que facilmente poderia ser de 2 horas e meia, se bem trabalhado.
Acho que a Margot Robbie, Djimon Hounsou e Christoph Waltz acreditaram no roteiro tanto quanto eu para entrarem nessa barca.
5 – Os Caça Fantasmas
Esse pode ser considerado um dos piores remakes da história do cinema. Tudo bem que o original não é uma obra prima, mas é icônico e marcou uma geração inteira. E a culpa passa longe da mudança de gênero dos atores principais. Tudo poderia dar certo se existisse uma boa química entre elas, uma história misturando terror e humor como no original e uma real motivação para que o espectador embarcasse na aventura. Nada disso existe, absolutamente nada. O filme começa e termina e em momento algum você compra a história, tão pouco os personagens. Atuações muito forçadas, um roteiro quase infanto juvenil que nada lembra o original, sendo que esse era para ser uma homenagem. Olha, acho que devem definitivamente parar de mexer em clássicos. Deixem eles onde eles estão e merecem. Macular a memória do espectador com remakes tão ruins chega a dor o coração.
Foi difícil escolher, mas acho que essas cinco pérolas preenchem com louvor os requisitos necessários. Vale lembrar alguns que ficaram de fora mas que poderiam facilmente ter entrado como o filme do Porta dos Fundos, As Tartarugas Ninjas 2 (Michael Bay nunca decepciona) e Era do Gelo 5 (o “Velozes & Furiosos” da animação, interminável).
E se vocês assistiram todos os filmes citados, meus pêsames.
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- 4 de janeiro de 2017