Acho que todos entendem como a música tem poder de transmitir sensações. Não seria diferente no caso da trilha sonora em filmes, que tem papel fundamental ao transmitir o clima apropriado para cenas específicas. Como apreciador de trilha sonora (ou soundtrack), normalmente durante um filme ou jogo, eu presto bastante atenção na sensação exata que a música quer passar.
Normalmente quando se fala em trilha sonora, você deve lembrar as músicas-tema, não é? Poderia indicar inúmeras como James Bond, Rocky, A Lista de Schindler, Superman (do John Williams), Gremlins e a lista não terminaria tão cedo. Mas vou indicar algumas músicas que marcaram finais de filmes, em cenas onde ocorre o ápice da história, como um personagem que encontra o que buscava, uma reviravolta (mesmo que previsível) que acontece a cinco minutos antes dos créditos finais ou até mesmo algo bem sutil, mas com uma carga extremamente emocional. Não vou fazer uma lista de “Top – insira o número aqui -”. Mas vou indicar músicas que me fazem pegar o fone e ouvi-las algumas vezes.
Para demonstrar, irei inserir os vídeos com as cenas dos filmes. Então se você não quiser sofre com SPOILERS, sugiro que pare ou pule para algum que você já viu.
Observação: Não entro no mérito se o filme é bom ou ruim (apesar de serem filmes que adoro), apenas dou minha opinião sobre cada um.
Time – Hans Zimmer (A Origem)
Dominik Cobb (Leonardo Di Caprio) está prestes a realizar seu maior desejo: voltar para casa e ficar com seus filhos. Perceba que Time tem uma marcação que lembra cada segundo passando, ao mesmo tempo a música vai elevando, que em minha opinião, é como um pai espera para rever um filho, contando cada segundo enquanto a expectativa aumenta. Quando Cobb chega em casa e está a poucos segundos de ver os seus filhos novamente, a música diminui de intensidade, como se ali, o tempo estivesse parando e aquele momento para Cobb ficaria eternizado.
Gravity – Steven Price (Gravidade)
Um filme que tem tantos elementos filosóficos não poderia deixar de ter um final tão marcante. Ryan Stone (Sandra Bullock) sofreu muitas provações durante um acidente no espaço. Ao retornar a Terra, ela praticamente renasce (a cena em que ela sai da água). Ao tentar se levantar, ela cai, como uma criança tentando dar seus primeiros passos. No momento que ela consegue firmar seus pés no solo, a música é elevada, dando um tom épico para a jornada e a vida que ela acabou de reconquistar.
Chevaliers de Sangreal – Hans Zimmer (O Código Da Vinci)
Na última cena, Robert Langdon (Tom Hanks) percebe que a busca pelo Santo Graal criptografada na mensagem “Abaixo da antiga Rosslyn está o Graal / Pela arte dos grandes mestres velada jaz / Lâmina e cálice guardam-lhe o portal / Sob estrelado céu descansa em paz” não levava à Capela Rosslyn como ele pensava e sim pela Linha da Rosa Arago (Rose Line) até o Museu do Louvre. A música (e que música!) dita o tom de suspense e quando Langdon enfim chega onde o Santo Graal está depositado, ela se eleva, dando fim a sua jornada.
End Credits – John Williams (Munique)
Na última cena, Avner (Eric Bana) e Ephraim (Geoffrey Rush) conversam sobre a luta sem fim contra o terrorismo. Com uma música muito triste do mestre John Williams, a câmera é deslocada suavemente e vemos ao fundo a imagem daquele que seria o maior alvo terrorista nos EUA de todos os tempos, o World Trade Center. Preciso falar mais?
American Beauty – Thomas Newman (Beleza Americana)
Lester Burnham (Kevin Spacey) encontra sua redenção após viver aprisionado em sua própria vida. Na cena final, poucos segundos antes dele ser morto com um tiro na cabeça, ele percebe que se libertou do conformismo e repressão que vivia, abrindo as portas para um sentimento de liberdade e felicidade. Não é a toa que ele morre com um sorriso estampado em seu rosto. Essa experiência significativa do personagem é apresentada de forma suave. É possível perceber isso pelas suavizadas transições de câmera e fortalecido pela música calma.
Rise – Hans Zimmer (The Dark Knight Rises)
Em 7 minutos, Rise consegue ser uma das minhas preferidas. Indiferente dos problemas que o filme possui, a cena final é incrível. É o fim de uma jornada solitária e o renascimento de um ícone. Afinal o Batman não é um homem, pode ser qualquer um com senso de justiça (e ótimos gadgets). A música começa no momento que o Batman suspende a bomba e a leva para fora da cidade. Até o fim dela, vemos uma mudança de tom constante. Do heroico sacrifício, o momento de tristeza pela morte de Bruce Wayne e encerramento de um ciclo, até o instante que descobrimos que na verdade sua morte foi forjada para que Batman pudesse ressurgir, mais forte ainda. Não preciso falar muito mais. Sentir a música é o suficiente.
E você? Qual colocaria nessa lista? 🙂
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- 3 de julho de 2014