Melhores discos de todos os tempos #13: The Velvet Underground & Nico

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Sobre o Velvet Underground não sei absolutamente nada. Quer dizer, sei que Lou Reed era seu integrante mais ilustre. Só. Nunca tinha ouvido um disco ou música sequer do grupo. Desconhecia completamente o estilo, discografia e qualquer coisa relacionada. ao grupo. Justamente por isso, escolhi falar do disco de estreia do grupo, que ocupa a 13ª posição da lista de melhores discos de todos os tempos da Rolling Stone: The Velvet Underground & Nico.

Um pouco sobre a banda

Se você é como eu e pouco ou nada sabe sobre a banda, faça como eu: pesquise no Wikipedia. Pra poupar o seu tempo, vou apenas me ater aos fatos principais sobre a banda, a começar pelo seu empresário. Sim, o nome dele é Andy Warhol, artista plástico renomado dos anos 60, responsável por várias das pinturas que você está acostumado a ver por aí (aquela colorida da Marilyn Monroe e até o logotipo dos Rolling Stones, embora hajam controvérsias sobre a real autoria da boca com a língua de fora). De qualquer maneira, o artista resolveu diversificar seus investimentos e selecionou um grupo de músicos alternativos com o qual convivia e assim nasceu o Velvet.

Andy teve mão forte ao impor Nico para vocalista da banda (o que gerou protestos infinitos – o próprio nome do disco de estreia dá a entender que o grupo não considerava Nico um integrante de fato). O desgaste acabou com o desligamento de Andy e Nico do grupo, logo após o lançamento do primeiro disco.

As desavenças continuaram e a banda foi perdendo integrantes até que, com a saída de Lou Reed – líder e principal compositor à época – o grupo acabou.

O estilo foi considerado pouco comercial para a época – se hoje o Velvet é unanimidade na crítica – ele nunca foi unanimidade de público.

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The Velvet Underground & Nico – Faixa a faixa

Sunday Morning

“Hit” do disco, por assim dizer. Tem um estilo que lembra um pouco os Beatles com leves pitadas psicodélicas. É uma música feita sob encomenda para ser single, talvez por isso seja a faixa mais leve do disco.

I´m waiting for the man

Keith Richards teve um filho com Bob Dylan e o resultado foi essa canção, que inaugura a sequência de faixas controversas do disco. Aqui, a história contada é de um cara que está esperando ansioso pelo cara que lhe traria sua tão sonhada e amada droga.

Femme Fatale

Canção encomendada por Andy, inspirada na modelo Edie Sedgwick. Em sua forma, parece muito com o Beach Boys em sua melhor forma.

Venus in Furs

É a música “50 tons de cinza” do disco. Perdão pela heresia, eu sei. Na verdade, a música é inspirada no romance de mesmo nome, cuja temática envolvia sadomasoquismo e perversões sexuais das mais variadas. Detalhe: é um livro do século XIX. Olha como o 50 tons de cinza está atrasado.

Run run run

Com uma levada bem “Early 60´s”, tem uma letra repleta de personagens típicos de NY, todos – à sua maneira – em busca de um pouco de heroína. Haja heroína nesse disco também, tá louco.

All tomorrow´s parties

Bastante psicodélica (coisa comum em 67), tem uma letra baseada nas experiências contemplativas de Andy Warhol. Vale pela psicodelia.

Heroin

Sem dúvida, a melhor do disco. O nome já diz tudo: heroína. Descreve os efeitos da droga não só na letra, mas também na maneira como a música se transforma. É uma montanha-russa, com subidas e descidas radicais no andamento. Quando a heroína “entra na veia”,  a música acelera o ritmo, fica suja. Depois, se torna uma música contemplativa (o que deve ser parte do efeito – suponho, nunca usei heroína). Aí acelera de novo, fica mais suja e assim vai. Quando a letra faz uma declaração de amor bem ousada à droga “você é minha esposa”, temos a aceleração final, muito muito suja. Uma experiência interessante de se ouvir.

There she goes again

Música chata, sobre prostitutas – mas que fez relativo sucesso entre artistas, tendo algumas versões covers. Não gostei de nada, o backing vocal especialmente me pareceu horrível. Pra dar “next” e ir pra próxima.

I will be your mirror

Parece uma música do Beach Boys também. Agradável aos ouvidos. Nada mais.

Black Angel Death´s Song

Fala sobre a vida e a morte – sob a perspectiva da Morte – aquela que tem a foice e tal. Associada a ocultismo também. Bastante experimental e vanguardista, não poderia ter feito sucesso mesmo, mas é um ótimo registro dos rumos que a indústria da música tomaria à partir de 1967. Sgt. Peppers que o diga.

European Son

Segue na linha da experimentação. Instrumental em quase sua totalidade, são sete minutos de guitarras virtuosas, ritmos acelerados e confusão. É dedicada ao cara que foi a primeira influência de Lou, Delmore Schwartz.

Pitaco final

Um disco sem dúvidas pra ser ouvido pelo menos uma vez na vida. Mostra que não eram as bandas mais “famosas” as únicas a seguirem na tendência psicodélica da época.

Os temas pesados e o estilo de vanguarda dificultam um pouco a audição; você tem que se preparar pra ouvir, não vai ser o tipo de disco que sua família toda vai gostar.

Por fim, é um registro da genialidade do já saudoso Lou Reed.

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