Chegamos finalmente ao penúltimo episódio desta (curta) temporada de Game of Thrones. E como é costume na série, o penúltimo episódio sempre traz momentos marcantes. Tivemos eles, é verdade. Mas num apanhado geral, foi o pior episódio da temporada. Vamos debater isso abaixo com vocês e entender um pouco do que aconteceu neste episódio.
Sansa e Arya
Em dois momentos destintos do episódio, temos Sansa e Arya Stark num embate “psicológico”. Arya coloca sua irmã contra a parede devido ao bilhete que teve acesso (que falamos na matéria anterior). Sansa responde de forma decidida aos questionamentos da irmã, mas isso não convence a “ninguém”.
A “implicância” de Arya é compreensível devido às experiencias de vida de cada uma (e o tempo sem se ver). Mas o tom está muito acima do normal. Arya parece uma criança mimada, não dando o braço à torcer. Para alguém treinada em Bravos, que sabe como ninguém distinguir quem mente ou não, soa muito estranho. Sansa, por outro lado, fica no limiar entre ser uma verdadeira Stark e a adolescente influenciável de sempre. Essa dubiedade na personagem parece muito forçada, pois a mesma já deu a entender que sabe muito bem sua posição. Parece que a mesma só tem dúvidas quando convém (ao roteiro) tê-las. Sinceramente, não sei aonde esse plot vai levar mas espero que seja algo melhor do que vem acontecendo.
Viserion, Esquadrão Suicida e Night King
O sexto episódio terminou com aquele esquadrão suicida indo para missão mais non sense de todas: capturar um dos “outros” para Cersei e convence-la da verdadeira guerra que eles devem lutar juntos. Pois bem, grande parte do capítulo gira em torno disso. Temos alguns alívios cômicos interessantes entre alguns personagens (diálogos justificáveis, visto que alguns nem se conheciam), nada muito relevante. Uma breve batalha contra um urso-zumbi gigante, onde Thoros de Myr se fere gravemente para salvar o Cão são a ponte para o momento mais tenso.
Depois de derrotarem um pequeno grupo de mortos vivos e um caminhante branco, Jon e seus companheiros de aventura são cercados por uma horda imensa. Com o Night King no comando, o esquadrão suicida só não é destruído devido ao gelo frágil demais em cima do lago, que interrompe a investida da horda. Um pouco antes disso, Gendry é enviado para Atalaialeste a fim de pedir ajuda a Daenerys. E ela (obviamente) chega no exato momento que Jon e os outros estão sendo brutalmente atacados.
Deixando de lado a velocidade na qual Gendry chega de volta ao castelo (e o corvo supersônico enviado à Dragon Stone), o que mais incomodou foi o timing da chegada de Daenerys. Foi uma situação limite manjadíssima, truque antigo de roteiro que em nada acrescenta. A sequência, de tão ruim, beira a covardia. Jon Snow continua lutando contra Os Outros, mesmo com toda o seu esquadrão já montado em Drogon para fugir. Parece que o único intuito disso foi dar tempo do Knight King acertar sua lança de gelo em Viserion. Isso sem contar com as correntes usadas para tirar o dragão morto do lago congelado, surgidas sabe-se lá de onde.
“Joenerys”
Depois de toda a cena da fuga e com Jon Snow ficando para trás, Benjen Stark aparece (novamente com timing perfeito) para salvar o sobrinho e deixa-lo fugir com sua montaria. Jon chega desacordado a Atalaialeste e é levado de navio por Daenerys e os outros de volta à Dragon Stone. O ex bastardo acorda e vê Daenerys sentada a beira de sua cama. Dai em diante se segue um dos piores diálogos de toda a série.
Jon e Daenerys tem uma admiração mútua e isso é bastante óbvio. Porém, a forma como isso tudo vem sendo conduzido faz com que o telespectador tenha que ignorar tudo que viu até hoje na série. Daenerys tem os dragões como seus filhos e mesmo depois de perder um deles, não se mostra triste. Não sei até onde isso foi parte do roteiro ou cai na conta da péssima atuação de Emilia Clarke. Uma intimidade forçada e o pior: previamente forçada. Na cena onde Tyrion e Daenerys combinam algumas estratégias para a negociação com Cersei, Tyrion cita a forma como Jon a olha, porém tal frase é completamente fora de contexto. Mais uma vez, o roteiro vai por um caminho péssimo.
O pior capítulo da temporada escacara todos os problemas da mesma: Roteiro jogado para o alto, com “fan services” exagerados, soluções preguiçosas e diálogos rasos. Mas, justiça seja feita, a pré e pós produção foi belíssima. Os planos abertos na neve e todo o jogo de câmeras foi muito bom. Pena que nem isso salvou o capítulo.
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- 21 de agosto de 2017