Todo o amante de heavy metal sabe o quão difícil é conseguir um espaço, nem que seja na mídia especializada, para bandas do estilo. A grande mídia não dá espaço e as rádios muito menos. Mas, assim como a dificuldade, a qualidade de bandas que transitam pelo underground é enorme, muitas vezes bem acima da média. E pensando nisso, decidimos criar esse espaço para indicar e falar um pouco das boas bandas que temos no Brasil.
Escolhida
A escolhida para começarmos foi a carioca Reckoning Hour. Formada em 2012 e com um EP já lançado (Rise of the Fallen, cinco faixas), a banda conta atualmente em sua formação com J.P. (vocais), Philip Leander (guitarra), Thiago Tavares (guitarra), Yan Marks (baixo) e Haquim (bateria). Na primeira audição, o que realmente me impressionou foi a qualidade dos riffs de guitarra e do vocal, extremamente bem encaixados. J.P. transita pelas técnicas de vocal limpo e gutural com uma facilidade impressionante, ao passo que Philip e Thiago fazem uma bela dupla, alternando levadas mais “cavalgadas” com riffs mais melódicos, sem em momento algum perder o foco. A “cozinha” da banda não fica atrás, executando tudo com muita competência. Um ótimo trabalho de Yan e Haquim.
Eu conversei um pouco com o guitarrista Philip Leander e o resultado vocês conferem a seguir.
Playstorm: Fala Philip! Primeiramente, gostaria que você falasse um pouco da história da banda e das influências do som de vocês.
PL: Primeiramente, obrigado pelo espaço e pelo apoio Jonathan. É muito inspirador saber que existem pessoas que valorizam a musica autoral aqui no Brasil.
Sobre a banda, estamos na batalha desde o inicio de 2012, quando formamos a Reckoning Hour. No inicio eram apenas eu e Mitch Gritlet, meu amigo e aluno de guitarra. Logo depois convocamos Haquim pra banda, um musico que eu já estava a anos tentando criar algo junto. Um tempo depois finalizamos a formação com Yan Marks, que estudava produção fonográfica comigo e JP, meu brother de tempos desde moleque. Um pouco antes de lançarmos nossa primeira obra, Mitch Gritlet teve que se ausentar da banda dando lugar para nosso garoto prodígio Thiago Tavares.
Influências
Logo no inicio foi muito difícil encontrar um norte pela quantidade de influências que cada um carregava. Com o passar dos meses enfurnados no estúdio decidimos que eramos uma banda de metal moderno, tentando fugir um pouco dos rótulos e criando um perfil apenas nosso. Somos compositores de momento, até o lançamento de nossa primeira obra (o EP Rise of the Fallen) tínhamos uma visão sobre o cenário musical de heavy metal e gostos pessoais, aprendemos com o tempo que as coisas mudam, evoluem, se mesclam, assim como nossas musicas.
Playstorm: Agora me diga suas influências pessoais como músico. Quem te inspira?
PL: O legal dessa banda é que cada um membro possui uma influência pessoal. Eu basicamente ouço de tudo que é do cenário de heavy metal nacional e internacional. Como guitarrista, eu sou um fã incondicional de Dimebag Darrell (Pantera) e Zakk Wylde (Black Label Society; Ozzy), além de guitarristas como John Petrucci (Dream Theater), Paul Gilbert (Mr Big). Da nova geração, gosto do Myke Mortom (Lamb of God), Ryan Knight (Black Dahlia Murder) e Oli Herbert (All That Remains). Como estou me esforçando pra me tornar um produtor tenho que ter ouvido para tudo que está no mercado, mas confesso que existem bandas que não saem de meu playlist como: Killswitch Engage, Pantera, Five Finger Death Punch, Disturbed, Black Dahlia Murder, Upon a Burning Body, Hatebreed, All That Remains, Lamb of God, Soilwork, Black Label Society, August Burns Red, Symphony X, Peryphery, o bom e velho Johnny Cash e por aí vai (risos)…
Playstorm: Ouvi o EP Rise of the Fallen e fiquei bastante impressionado com a qualidade. Como foi o processo de gravação dele?
PL: Esse EP foi o projeto final da minha faculdade de produção onde me formei com Yan Marks. Basicamente, foi tudo muito tranquilo, gravamos todas as cinco faixas no estúdio Pyrozzi, onde trabalhei na produção e mixagem. Depois levamos as musicas para masterização no estúdio HR.
Playstorm: Fiquei sabendo que o primeiro álbum full de vocês está por vir e inclusive já tem até nome, Between Death and Courage. O que pode adiantar sobre esse debut?
PL: Between Death and Courage vai ser um divisor de águas tanto para a banda quanto para o cenário musical. Investimos mais de um ano nessa obra com todo o carinho e dedicação que temos para que esse álbum se torne algo novo e autentico para a nova geração de metal. Estamos com grandes nomes por trás desse projeto que será nosso primeiro full length. As expectativas estão altas.
Playstorm: Agora vamos falar da cena underground. Sabemos que as dificuldades são muitas, inclusive para encontrar bons locais para shows. O que você tem a dizer?
PL: Eu diria que quanto menos preconceitos e barreiras forem criadas dentro da cena, melhor. Reclamar do underground chega a ser pleonasmo na cena brasileira. Sinceramente, o conselho que eu dou é… Apoiem as bandas boas, bandas profissionais, que você goste e que conheça o esforço dos integrantes. Compre o merchan dessas bandas, vá aos shows e se nada disso for possível, dê uma força sentado no seu computador mesmo, nem que seja compartilhando um link ou acompanhando pelas redes sociais o trabalho delas. Isso faz muita diferença pra carreira das bandas independentes.
Playstorm: E para finalizar, conte algum caso curioso ou divertido que aconteceu com a banda nesses dois anos de trabalho.
PL: Vai ser difícil escolher um caso no meio das milhares de loucuras que já passamos (risos). Um caso peculiar que nunca esqueceremos foi de um grande amigo que fizemos em São Paulo, Rafael. O guri trabalhava no hotel que ficamos hospedados para fazer dois shows na cidade. Ele além de nos receber muito bem no hotel, foi a nosso show, vestiu a camisa da banda e ainda nos deu carona com o carro dele de volta pro hotel. No dia seguinte, ele ainda nos levou pra rodoviária. Nunca vamos nos esquecer disso.
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- Música
- 26 de agosto de 2014