Super-heróis não são a resposta para todos os problemas. Às vezes situações extremas requerem medidas extremas… ou pessoas extremas, do tipo que são chamados os infames da prisão Belle Reve – super-vilões.
Claro, ninguém vai admitir oficialmente isso. E talvez esse seja o encanto da Força-Tarefa X, mais conhecido por seu apelido: o Esquadrão Suicida. Esta equipe de super-vilões, criada pela implacável Amanda Waller, se arrisca em operações secretas e, em troca, recebem um “alívio” em sua as penas de prisão. Independentemente de habilidades e talentos, cada membro do esquadrão é dispensável e espera-se que muitos não irão voltar. Todos os membros estão equipados com um dispositivo explosivo em seu pescoço para assegurar obediência. Se os membros do esquadrão tentarem escapar durante uma missão… bem, a fuga não é uma opção. Fugir é BOOM!
Um grupo de super-vilões que têm licença para tomar medidas drásticas em nome de servir em uma missão? Não há nenhuma maneira que isso possa acabar bem.
Dirigido por David Ayer (Corações de Ferro), Esquadrão Suicida conta com um elenco estelar. Jared Leto interpreta Coringa, Margot Robbie é a Arlequina e Will Smith, o Pistoleiro. O filme conta ainda com Joel Kinnaman como Rick Flagg, Jai Courtney como Capitão Bumerangue, Cara Delevingne como Magia e Viola Davis como Amanda Waller.
Após o que podemos chamar de “fracasso” de Batman vs Superman (e não tem problema se você gostar do filme), a DC teria sua segunda chance, ainda em 2016, para mostrar que podem acertar o caminho que estão trilhando no cinema. Mas infelizmente, mais uma vez, erraram a mão. Para adiantar, Esquadrão Suicida é um filme muito fraco, mas que ainda pode divertir aquele despretensioso espectador.
O filme começa mostrando a formação do Esquadrão, onde cada um dos integrantes é apresentado por Amanda Waller em forma de ficha criminal e uma curta apresentação de como cada um foi preso. O que incomoda nesse ponto é o fato de mostrarem várias informações na tela em forma de texto (??). Deu para entender que eram informações complementares, mas poderia ter sido executado de forma diferente (e muito melhor). Claro, os destaques das apresentações foram para Pistoleiro, Arlequina e Capitão Bumerangue (este último porque tem uma participação muito especial). O restante dos personagens ganharam apenas detalhes e nenhum aprofundamento (e isso se estende pelo filme inteiro).
E então os problemas pioram conforme as cenas vão se desenrolando. Amanda Waller decide voltar ao assunto e apresentar a ideia da “Força-Tarefa X” ao presidente, que ganha mais força após os eventos de Batman vs Superman. O Esquadrão é, enfim, aprovado. Mas (e sempre tem um mas) por uma grande coincidência, logo em seguida, a principal vilã do filme inexplicavelmente decide ir em busca de um artefato que permitia liberar seu irmão e ajuda-la a dominar o mundo novamente. E a pergunta é: Porque ela não tentou isso antes, já que sabia onde estava o artefato?
Outros problemas vão desencadeando vários momentos “porque?”, como a paixão rasa entre Flag e June (Magia) que ditam a primeira parte do filme. Mas é difícil você torcer por esse dois que não convencem como casal. Junte isso à forçação de barra em cima do Pistoleiro, apelando para o lado dramático de Will Smith (coisa que ele faz muito bem, afinal).
E a cereja do bolo (no sentido ruim) é a participação do Coringa no filme. Muita expectativa foi gerada em cima de Jared Leto, um ótimo ator inclusive (veja Clube de Compras Dallas, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 2014). Um novo Coringa, com características muito diferentes do que já vimos antes, desde o visual, até a sua personalidade. Mas, infelizmente, e na minha humilde opinião, conseguiu ser extremamente fraco.
O Coringa não causa impacto durante suas aparições (salvo na parte final do filme). É praticamente um gangster moderno, com uma obsessão um tanto estranha pela Arlequina (algo que eu esperava mais dela, do que do palhaço do crime). Parece que o Coringa estava ali apenas por um motivo, mas não faria tanta falta se não estivesse. Até a participação do Batman é mais impactante! Obs.: A risada do Coringa é tão decepcionante, com uma mescla de risadas pausadas com grunhidos de porco (??).
Mas ainda assim existem coisas boas. A Arlequina rouba praticamente todas as cenas. Margot Robbie (<3) conseguiu dar vida à personagem (com direito à uma cena com a roupa original da HQ) melhor do que eu imaginei. Acredito que Viola Davis mereça uma menção: Conseguiu incorporar muito bem a frieza de Amanda Waller. Ótima atriz! Outro destaque é a trilha sonora que passa por Rolling Stones e Queen.
Conclusão
Para finalizar, Esquadrão Suicida não se sustenta e perde demais o ritmo dentro das suas duas horas na telona. Diversos elementos das HQs estão presentes, mas não são suficientes para segurar e ditar um ritmo melhor. É um filme que até diverte, mas que poderia ter ousado muito mais. A classificação do filme (12 anos) não permitiu mostrar muito a crueldade de cada personagem. Uma pena.
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- Cinema & TV, Críticas
- 4 de agosto de 2016