Hoje damos início à uma nova sessão no site chamada Crítica Conjunta. Nesta primeira edição, o stormer Saulo Martins e Caio Zaplana falam suas opiniões sobre Guardiões da Galáxia Vol. 2!
Em Guardiões da Galáxia Vol. 2, agora já conhecidos, os guerreiros viajam ao longo do cosmos e lutam para manter sua nova família unida. Enquanto isso tentam desvendar os mistérios da verdadeira paternidade de Peter Quill/Senhor das Estrelas.
Filme divertido, mas exagerado, por Saulo Martins
“Quando o primeiro Guardiões da Galáxia foi lançado em 2014, eu fiquei impressionado com a ousadia da Marvel Studios em mostrar para o mundo um grupo desconhecido na telona, pelo menos para o público que conhece somente os personagens mais famosos no cinema, como Homem de Ferro e Hulk. A ousadia é maior ainda se levarmos em consideração que os filmes do universo cinematográfico anteriores a ele foram derrapadas: Homem de Ferro 3 e Thor: O Mundo Sombrio. Mas, como sabemos, o filme foi um grande sucesso, transformando o quinteto formado por Senhor das Estrelas, Gamora, Rocket Raccoon, Groot e Drax em fenômenos. Obviamente, um segundo filme seria produzido, certamente pelo seu quase 1 bilhão de dólares de faturamento.
Mas a sequência sofre com o exagero, a forçação de barra e um roteiro que mostra uma falta de profundidade e motivação dos personagens, principalmente dos vilões. O filme começa em um bom ritmo, quando os Guardiões precisam impedir o roubo de poderosas baterias e enfrentam uma criatura intergaláctica em uma cena de ação muito divertida (e Baby Groot com os holofotes virado para ele). Mas então começa o exagero. Cada cena se estende por mais do que o necessário. Cada piada é exagerada, cada diálogo parece que poderia ter terminar algumas falas antes.
Drax não é engraçado
Uma das coisas que mais me incomodou no filme foi o foco em Drax, que não fez jus ao seu codinome nos quadrinhos, o Destruidor. Dessa vez o personagem é o principal alívio cômico (ou tentativa). E, claramente, o ator Dave Bautista não é um cara engraçado (e ele mesmo já falou isso). Ele foi explorado de uma forma tão exagerada, que chegou uma hora que suas piadas já não tinham tanta graça. #DraxOEngraçadão
A trilha sonora é excelente e ajuda a, de certa forma, reforçar o que acontecia na tela. Enquanto Brandy You’re a Fine Girl, de Looking Glass, marcava o elo entre o pai e a mãe de Peter, My Sweet Lord, de George Harrison, foi perfeita para mostrar as belezas do planeta Ego e Father and Son, de Cat Stevens, veio em um momento muito marcante para a franquia.
Guardiões da Galáxia Vol. 2 é divertido, mas mostra uma tentativa rasa de conectar os personagens e dar significado à palavra família. É tão exagerado que o filme tem cinco cenas pós-créditos, sendo que, talvez, somente uma tenha real sentido para a sequência.”
Não é melhor que o primeiro, por Caio Zaplana
“Eu me diverti bastante. Guardiões da Galáxia 2 é um filme muito gostoso de assistir. Mas não posso dizer que saí do cinema completamente satisfeito. E vou explicar o porquê. O filme caminha o tempo todo em cima de um muro que divide a sátira e o que é piegas.
Por vários momentos, torço para que as algumas cenas sejam propositalmente forçadas. No começo eu dei risada por acreditar que eles estão tirando sarro daquilo tudo. Mas conforme o filme passa, percebo que cenas assim se repetem mais do que eu imaginava. E diferente dos filmes pastelões, não fica claro que trata-se de uma sátira. E nem que é sério.
Sem aprofundamento
Nessa toada, encontrei pontos que deixaram a desejar: Um vilão sem motivações convincentes, uma tentativa forçada e rasa para a redenção de Yondu e uma fraca conexão entre ele e Rocket. Concordo que é difícil elaborar um roteiro que consiga aprofundar e desenvolver todos os personagens principais (e isso o filme faz muito bem), ao mesmo tempo que tenta fazer com que esses laços sejam fortes e convincentes. Faz parte. E assim, cumpriu bem seu papel de expandir ainda mais o Universo Marvel, deixando várias pontas soltas para os próximos filmes. Mas o que mais incomodou foram os exageros.
Parece que os produtores pegaram tudo o que deu de mais certo em Guardiões da Galáxia e multiplicaram para o segundo filme. Ele ainda tem ótimas trilhas, referências aos anos 80, piadinhas e sacadas que rendem boas risadas. Parece ótimo! Mas é “too much”. Perderam a mão. E essa falta de equilíbrio me fez sentir que o filme é sim bem bacana, mas sofre da famosa Maldição da Continuação: não é melhor que o primeiro.”
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- Cinema & TV, Críticas
- 27 de abril de 2017