Crítica: Capitão América 2 – O Soldado Invernal

Antes de tudo, saiba que eu não costumo comparar o Universo Marvel com a DC. Nem nos quadrinhos, nem no cinema. Gosto muito dos dois universos, cada um com suas características.

De um lado a Marvel. Mais ousada ao levar seus personagens (em missão solo ou em equipe) para a grande tela. Com filmes divertidos e bem coloridos. Claramente, voltado para públicos mais jovens, mas também atinge os mais “velhos” (e desculpa se te chamei de velho).

Do outro, a DC. Apesar de ter demorado um pouco para entrar definitivamente na “briga” cinematográfica de filmes de super-heróis, tomou caminhos diferentes. Tentando dar profundidade aos roteiros e personagens e nos agraciando com a trilogia Cavaleiro das Trevas. E quem sai ganhando? Bem, eles, com a quantidade de dinheiro… Sacanagem! Nós ganhamos filmes muito divertidos, pois vemos o esforço em trazer a vida personagens que fizeram parte da infância (adolescência, fase adulta…) de muita gente.

Crítica: Capitão América 2 – O Soldado Invernal

Enfim, dessa vez fui ao cinema conferir o tal “melhor filme da Marvel até agora”, Capitão América 2 – O Soldado Invernal. Depois do (para mim) péssimo Homem de Ferro 3, eu fico com um pé atrás com os filmes produzidos pela Marvel Studios. Mas Thor: O Mundo Sombrio foi um bom filme e CA2 veio para estabilizar a Fase 2 do Universo Marvel Cinematográfico.

Da Fase 1 para a Fase 2

Recapitulando e resumindo, a Fase 1 iniciou com Homem de Ferro, quando pela primeira vez foi citada a “Iniciativa Vingadores”, por Nick Fury, além de algo como “você não é o único super-herói no mundo”. E a expectativa só iria aumentar. O filme foi seguido então de O Incrível Hulk, Homem de Ferro 2, Thor, Capitão América: O Primeiro Vingador e The Avengers: Vingadores.

Apesar dos filmes terem inúmeros problemas e não serem ótimos (como Homem de Ferro 2 e Thor), o Universo Marvel foi expandido chegando ao seu ápice no filme da Super Equipe. A Batalha de Nova York, em The Avengers: Vingadores, abriu caminhos para uma expansão maior ainda, com uma série para tv Agents of SHIELD e a tão esperada Fase 2.

A nova Fase iniciou novamente com Homem de Ferro, com o péssimo terceiro filme, mostrando basicamente os efeitos traumáticos pós-Vingadores. O segundo filme da Fase foi Thor: O Mundo Sombrio, um bom filme, mas não tão empolgante, onde temos a confirmação: Loki é o melhor do Universo. O terceiro filme foi o recém-lançado Capitão América 2 – O Soldado Invernal.

A Fase 2 chegará ao fim com Guardiões da Galáxia e Vingadores: A Era de Ultron.

Crítica: Capitão América 2 – O Soldado Invernal

Ultron está chegando…

Sinopse

Dois anos após os acontecimentos em Nova York (Os Vingadores – The Avengers), Steve Rogers (Chris Evans) continua seu dedicado trabalho com a agência S.H.I.E.L.D. e também segue tentando se acostumar com o fato de que foi descongelado e acordou décadas depois de seu tempo. Em parceria com Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), a Viúva Negra, e Samuel Thomas “Sam” Wilson (Anthony Mackie), o Falcão, ele é obrigado a enfrentar um poderoso e misterioso inimigo, um agente soviético chamado Soldado Invernal, que abala a S.H.I.E.L.D., liderada por Nick Fury (Samuel L. Jackson) ao mesmo tempo em que descobre outro inimigo escondido em Washington. O filme foi dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo e escrito por Christopher Markus e Stephen McFeely.

Crítica: Capitão América 2 – O Soldado Invernal

Voltando ao filme

O filme começa mostrando o Capitão tentando se adequar ao novo tempo, enquanto assume um posto de liderança na SHIELD, mantendo seus esforços para combater o que vai contra a liberdade que, aliás, é uma palavra que pode resumir o filme. O alto investimento em formas de garantir a segurança da população, mas desrespeitando a privacidade é tema central e bem atual.

O cenário principal do filme é Washington, uma cidade viva (quase uma Nova York dos filmes do Homem Aranha), histórica e altamente política.

Crítica: Capitão América 2 – O Soldado Invernal

Capitão x GSP

Aqui já vemos um filme superior ao anterior. O Capitão América agora é um líder efetivo, estrategista e principal arma da SHIELD para missões que requerem um combate corpo-a-corpo. Na primeira missão no filme, vemos um Capitão mais veloz, bem treinado e estratégico, onde precisa resgatar alguns reféns em um navio (ótima cena). Talvez dois anos após os eventos em Nova York e um trabalho assíduo na SHIELD tenham feito dele um melhor combatente. Enquanto o Time Strike, a equipe de elite da SHIELD e a Viúva Negra chegam aos reféns, o Capitão vai em busca do líder dos terroristas, Batroc, o saltador (interpretado por Georges St-Pierre. Sim, o lutador do UFC). A luta entre os dois é apenas um aperitivo do que vinha pela frente.

Crítica: Capitão América 2 – O Soldado Invernal

Ação!

Exagero não é algo que toma conta do filme, como em alguns do Universo. O humor dessa vez está extremamente bem encaixado. Foi de super bom tom. Único exagero e algo que incomodou foi na versão dublada terem tomado liberdade de “abrasileirar” algumas coisas, como a lista de coisas que ele precisava se inteirar. Na lista, junto com o último item – uma música de Marvin Gaye indicada pelo Falcão – está escrito Ayrton Senna, Xuxa, Mamonas Assassinas e outros. Não faz sentido para um filme do Capitão.

As cenas de luta são bem realistas e muito bem coreografadas e a utilização da Computação Gráfica foi bem balanceada e muito bem executada. Isso é um ponto extremamente positivo em um filme que conta muito com a ação. Existe uma preocupação em contar uma história, momentos que o filme novamente choca o passado do Capitão com o presente, mas em momento nenhum se perde.

Crítica: Capitão América 2 – O Soldado Invernal

Novos personagens

A inclusão de novos personagens em um filme que tem poucas pausas e muita ação é um risco (Homem Aranha 3 que o diga), mas em Capitão América 2 – O Soldado Invernal, somos apresentados a novas caras, sem em momento nenhum perder o ritmo. Claro, ainda assim não existe uma profundidade em alguns personagens. Destaque para Robert Redford no papel de Alexander Pierce, Líder da SHIELD e Anthony Mackie, como Falcão. Alguns outros personagens são apresentados como Sharon Carter/Agente 13 (sobrinha de Peggy Carter, interesse amoroso do primeiro filme – Mas isso não é citado no filme), interpretada pela linda Emily VanCamp e Brock Rumlow/Ossos Cruzados, interpretado por Frank Grillo. Outros personagens já conhecidos por todos aparecem em algum momento, como Maria Hill (Cobie Smulders) e Bucky Barnes (Sebastian Stan).

Destaque para a trilha sonora composta por Henry Jackman (de X-Men: Primeira Classe e Kick Ass). Ele consegue variar muito bem entre os momentos calmos quando a história é contada e momentos tensos de ação. Preste atenção na luta do Capitão contra o Soldado Invernal nas ruas de Washington. A música vai aumentando a tensão. Até o momento que a máscara do vilão é retirada e seu rosto é revelado. Muito bom!

O filme ainda deixa o terreno preparado para o próximo Vingadores: A Era de Ultron, com uma cena antes do crédito final que apresenta os possíveis vilões, uma possível arma e dois prisioneiros (só posso adiantar que são mutantes). Aliás, que cena. Existe ainda mais uma após os créditos finais. Simples, mas já serve como opção para o próximo filme do Capitão.

Crítica: Capitão América 2 – O Soldado Invernal

Conclusão

Para mim existe somente um problema. Quando você expande um universo, é bem estranho não ter suporte de outros heróis em um momento complicado. Onde estaria o Hulk, Thor e companhia durante todo problema que o Capitão enfrentou? O mesmo acontece em HF3 (aliás, o “Hulk” até aparece).

Capitão América 2 – O Soldado Invernal é sim o melhor filme da Marvel até o momento. Não é uma heresia falar isso se você acha que Homem de Ferro é o melhor. Ele entra como hors concours na história do Universo Marvel. Afinal foi o primeiro, o que abriu caminho para os outros. Mas sempre teremos filmes melhores com o tempo. E espero que seja assim.

Capitão América 3 será lançado no dia 6 de maio de 2016. No mesmo dia do lançamento de Batman vs Superman…

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