A Netflix não para de produzir conteúdo original. Entre filmes, animes, séries e documentários, obviamente nem tudo terá uma qualidade altíssima. Como toda produção em série que se preze, alguns itens dão errado e são descartados. Mas e quando o produto não fica ruim ao ponto de se jogar fora nem bom o suficiente para ser consumido sem ressalvas? Temos Bright.
Ideia excelente
O conceito de Bright faz os olhos de qualquer amante de RPG brilhar (com o perdão do trocadilho). Um mundo distópico onde Elfos, Humanos, Orcs, Centauros e uma sorte de outras criaturas vivem em (quase) harmonia. A forma como tudo é incluso, traçando paralelos entre o mundo real é bem bacana. Os Orcs claramente representando os marginalizados e os Elfos a alta casta, os empresários e celebridades. No meio disso tudo, transitando entre os dois polos, estão os humanos e toda a sua ganância (mostrada em muitos momentos do filme).
Os elementos do nosso mundo estão lá. Policiais, bandidos, empresários, famosos, pluralidade religiosa e tudo mais que representa nossa sociedade. Toda essa ideia é muito boa. Um mundo riquíssimo, com incontáveis variantes que podem ser exploradas ao máximo. Mas para isso, teríamos que ter um filme denso, profundo nesse conceito. Uma pincelada seria muito pouco para nos fazer imergir. Pois é.
Execução falha
Na mão do diretor David Ayer e do roteirista Max Landis, o filme derrapa em muitos pontos. Todo esse conceito riquíssimo é explorado de forma muito pobre. As decisões dos protagonistas são, muitas vezes, duvidosas e pouco críveis. Algumas cenas beiram o inacreditável, tamanha a falta de profundidade ao qual o roteiro transita. Caminhos óbvios por cima de um mundo aparentemente tão rico frustram mais do que irritam.
Se o filme economiza na profundidade, exagera em algumas cenas de diálogo. Existe algumas em que o diálogo é longo demais para demonstrar uma empatia ou aproximação dos parceiros, sendo que com metade daquele tempo perdido se entenderia a mensagem. Ai se introduz um alívio cômico (são muitos durante o filme) no meio de uma cena dramática para tentar quebrar a extensão da mesma, mas o resultado não agrada nem um pouco.
Sendo justo, Will Smith e seu companheiro Orc policial (vivido de forma coesa por Joel Edgerton) tem uma ótima química. Muitas das melhores cenas (sem grandes efeitos) são dos dois juntos, como nos extensos diálogos dentro da viatura. No geral, as atuações hora agradam, hora não comprometem mas nunca ficam abaixo dessa linha. Cabe destaque também a maquiagem e caracterização, muito bem feitas.
Resumo final
Bright é uma ideia brilhante (há!) mal executada. Tudo é muito jogado, sem muita imersão e com roteiro raso como um pires. Apesar da boa atuação da dupla de protagonistas e do grande trabalho de maquiagem, o filme deixa a desejar. Talvez todo esse conceito fosse melhor aproveitado em uma série, não sei. Veja, mas não espere muita coisa.
Ps: Já foi confirmada uma continuação, agora com direção e roteiro de David Ayer. Medo.
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- Cinema & TV, Críticas
- 8 de janeiro de 2018