Um nome de jogo enorme de um herói que há alguns anos não deixa de aparecer, seja em games ou cinema. Não sei se a fórmula começou a se esgotar. Sei que fui jogar Arkham Origins Blackgate Deluxe Edition com um pé atrás, afinal, estava com a sensação que o jogo seria apenas mais uma forma de ganhar dinheiro em cima de uma franquia do qual tinha me empolgado muito com o primeiro (Asylum) e me decepcionado um pouco com as sequências (City e Origins).
Arkham Origins Blackgate foi originalmente lançado para os portáteis Vita e 3DS em outubro de 2013. A versão desta análise é o Deluxe Edition, lançado para PlayStation 3, Xbox 360, Wii U e PC em abril de 2014. Os eventos desse jogo acontecem alguns meses após Batman: Arkham Origins e diferente do original, a jogabilidade é em 2.5D. E sua pergunta agora, nobre leitor, seria: 2.5D? Você se lembra daqueles jogos mais antigos, tipo Castlevania, que você via o jogo lateralmente? Pois bem, é o que acontece em Blackgate. E esse “.5” ali? Em alguns momentos o jogo permite certa profundidade, bem limitada. Outra coisa, a movimentação muitas vezes é confusa, mas não chega a atrapalhar o andamento do jogo.
Algumas características da série Arkham estão presentes no jogo como as Bat-Armas e Bat-Gadgets, os vilões, os inimigos comuns, um pouco da mecânica (ela foi refeita e simplificada pela Armature Studio), a função detetive. Mas a jogabilidade agora limita o jogo. Sai a exploração da cidade e entra o estilo “avançar e retornar”, conhecido em jogos como (de novo) Castlevania, localizando itens e melhorias para abrir novas áreas. Não achei essa fórmula interessante. O jogo ficou durante muito tempo entediante e de certa forma frustrante. Diferente de Castlevania, você passa um bom tempo somente explorando os ambientes, com poucas lutas. Aliás, as lutas continuam entediantes também, como se o jogador fosse obrigado a lutar com um exército de clones, salvo alguns que foram mais espertos e pegaram facas e canos no meio do caminho.
O gráfico deixa muito a desejar, por conta de o jogo ter sido portado para consoles. Mas as animações, em desenho, são bem interessantes.
De volta a Blackgate
O jogo começa com a perseguição de Batman a uma ladra pelos prédios de Gotham. Seria o primeiro encontro do Homem Morcego com a Mulher Gato. Em paralelo, uma rebelião acontece na prisão Blackgate. Máscara Negra, Pinguim e Coringa instauram o caos e fazem inúmeros reféns. Batman é chamado por Gordon (tenente e não comissário) para resolver o problema. E ele contará com a inusitada ajuda da Mulher Gato.
Blackgate é dividida em três áreas: Industrial, controlada por Máscara Negra, a Prisão, pelo Pinguim e a Administrativa, pelo Coringa. As duas primeiras áreas são bem escuras e quase sem cor, salvo pelo laranja e vermelho do fogo. A área do Coringa é bem mais colorida, é claro, com várias pinturas, frases e seus famosos HA HA HAs.
Onde começa o problema…
É incrível, mas Batman vai tentar conter uma rebelião com apenas UMA arma: seu Batarang. Ou seja, um herói totalmente despreparado para a ação. Mais incrível ainda são seus gadgets perdidos pelas áreas. Durante muito tempo o jogador precisa acreditar que por algum motivo Batman deixou seus itens “estrategicamente” posicionados dentro de Blackgate. É um pouco frustrante chegar a um local em uma área que nosso herói não alcança e descobrir que tem que voltar todo o mapa e ir para outra área para pegar seu BatClaw e voltar toda a área, e entrar na outra área de novo e Zzzz… Isso com poucos inimigos para passar o tempo.
Durante as lutas, a jogabilidade 2.5D não permite que o jogador varie muito entre os inimigos. Batman sempre vai atacar o inimigo mais próximo a ele, mesmo que o jogador deseje focar em quem está armado. Antes de chegar a alguém com uma metralhadora, por exemplo, nosso herói já tomou uma saraivada de tiros. Ainda existe o modo de luta “stealth”, onde ele deveria ser invisível, mas dificilmente funciona por conta da falta de profundidade e por alguns inimigos não se distanciarem muito dos outros. A luta com os chefes são extremamente simples, infelizmente.
Conclusão
Batman Arkham Origins Blackgate Deluxe Edition (ufa) é um jogo fraco, com inúmeros defeitos e não faz jus à série. A história é muito fraca, mas ainda assim serve como complemento para os fanáticos pelo Homem Morcego. Se você procura profundidade (não estou falando do .5), diversão ou o que quer que seja, infelizmente, o jogo não é para você. Talvez sirva de passatempo, mas prefiro “gastar” meu tempo no Plants vs Zombies 2…