Eu sempre procuro analisar um jogo de acordo com o que ele se propõe a trazer. De um RPG, espero densidade, boa mecânica de batalha e carisma. De um FPS, um bom equilíbrio entre realismo e diversão. E de top shooters (aqueles jogos de visão isométrica, hordas de inimigos e tiros pra todos os lados), eu espero desafio. Solstice Chronicles: MIA cumpre isso com louvor.
A história do jogo é aquele clichê clássico: Um soldado marine preso em uma estação espacial em Marte, onde todos os outros humanos foram transformados em monstros/zumbis. Nada mais manjado. Porém, vamos focar na jogabilidade que é onde o jogo se destaca.
De cara, o jogo desenvolvido pela Ironward nos apresenta quatro classes diferentes para se jogar. Desde Assault (o clássico soldado com rifle e granada) até Terminator (com habilidade de teletransporte). Até ai, nada de muito inovador. Muitos jogos possuem classes diferentes mas que pouco (ou nada) mudam a experiência do jogador. Porém, a diferença de jogabilidade e a forma como você evolui a arvore de talentos traz sempre uma novidade.
O sistema de dificuldade do jogo se adapta a forma que o jogador executa as ações. Portanto, se você for um jogador que evita confronto direto com os inimigos, o jogo vai tentar dificultar isso ao máximo. E não adianta mudar de classe. Isso faz com que, do começa ao fim, o jogo seja desafiador e implica com que você domine por completo a jogabilidade. Sem isso, será muito difícil terminar o game sem morrer umas boas centenas de vezes.
O desafio é muito interessante, a árvore de talentos é densa e a jogabilidade refinada, sem dúvidas. Mas a pouca variedade de inimigos e cenários, depois de certo ponto, incomoda. Lá pela quinta ou sexta missão, aquela sensação de estar enfrentando o mesmíssimo inimigo incomoda. Isso é amenizado pelo fato da variação de estratégia para enfrenta-los. Mesmo com inimigos aparentemente iguais, você nunca os enfrenta da mesma forma. Com isso, esse “defeito” acaba pesando menos do que deveria.
Conclusão
Solstice Chronicles: MIA é um top shooter que traz mais desafio que comum “atire em tudo que anda”. Superior aos outros títulos lançados esse ano, exige do jogador uma constante melhora nas estratégias de combate. Ótima pedida para quem curte o estilo.