O que realmente sabemos sobre o cérebro humano? Segundo o livro Supercérebro (de Deepak Chopra e Rudolph E. Tanzi), nosso cérebro contém cerca de 100 bilhões de células nervosas que formam um trilhão a talvez um quatrilhão (1.000.000.000.000.000) de conexões chamadas “sinapses”, e estão em constante e dinâmico estado de reorganização em resposta ao mundo que nos cerca. Não é a toa que nosso cérebro já foi chamado de “o universo de 1,5 quilo”, afinal ele não só interpreta o mundo, mas o cria. Mas ainda estamos longe de descobrir todo o potencial do nosso cérebro.
E claro, o cinema já retratou a mente humana de diversas maneiras, seja por conceitos relacionados à nossa consciência (e subconsciência), até através de doenças que impactam seriamente na vida humana.
Veja alguns exemplos de filmes que usam como tema a mente e seus segredos.
Amnésia
Em Amnésia, dirigido por Christopher Nolan (um grande entusiasta da mente humana), Leonard Shelby (Guy Pearce), após um ataque violento, desenvolve Amnésia anterógrada, doença que o impede de reter memórias recentes como ocorre na doença de Alzheimer. Para descobrir o que aconteceu com ele e com sua esposa, desaparecida, ele precisa ser criativo e enfrentar a sua recente limitação, como, tatuar pistas em seu corpo e tirar fotos instantâneas de lugares e pessoas que precisam ser lembrados.
O mais interessante é que Amnésia não se constrói cronologicamente. Os eventos são separados em duas narrativas: uma colorida, e a outra em preto e branco. As sequências em preto e branco são apresentadas em ordem cronológica, mostrando Leonard conversando com um desconhecido pelo telefone em um quarto de motel. A investigação de Leonard é mostrada nas sequências em cores, que são apresentadas em ordem reversa. No momento que cada sequência começa, o público não sabe os eventos precedentes, do mesmo modo que Leonard, causando confusão. Apenas no final do filme, as duas narrativas convergem.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Você já quis apagar lembranças indesejadas? É o que acontece neste filme. Após o rompimento traumático com Joel (Jim Carrey), Clementine (Kate Winslet) decide se submeter a um procedimento experimental que apaga memórias indesejadas. Após saber de sua atitude, Joel entra em depressão, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo, e decide se submeter ao mesmo tratamento. No entanto, no meio do procedimento, ele muda de ideia. Então passamos a testemunhar a luta de seu inconsciente para preservar a memória de Clementine, enquanto começa a encaixa-la em momentos dos quais ela não havia participado.
A Origem (Inception)
Em A Origem (outro filme dirigido por Nolan), Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) é um habilidoso ladrão e o melhor na perigosa arte da extração, o roubo de segredos valiosos das profundezas do inconsciente durante o sono com sonhos, quando a mente está mais vulnerável.
A rara habilidade de Cobb o tornou peça fundamental no traiçoeiro mundo da espionagem industrial. Mas também o tornou um fugitivo internacional, perdendo tudo o que mais amava.
Agora, Cobb tem sua chance de redenção: um último trabalho que pode dar-lhe sua vida de volta se ele conseguir o impossível – uma inserção.
A história foi inspirada em dois conceitos:
– Sonhos lúcidos, que se refere a uma percepção consciente do sonho, resultando em uma experiência da qual temos uma recordação muito clara e nítida, normalmente aparentando termos tido controle e capacidade direta sobre nossas ações e, algumas vezes, o próprio desenrolar do conteúdo do sonho.
– Incubação de sonhos (ou Inserção), que é a técnica para aprender a “plantar uma semente” na mente de uma pessoa, para que um tipo específico de sonho ocorra, tanto para recreação ou para resolver um problema.
Vanilla Sky
O enredo de Vanilla Sky é simples. David Aames (Tom Cruise) é um homem realizado, cuja vida tem tudo para dar certo. Ele é bonito, rico e trabalha em uma famosa empresa de publicidade de Nova York.
Em uma noite conhece a mulher de seus sonhos, Sofia (Penélope Cruz) e se apaixona por ela. No entanto, David acaba enfrentando um amor neurótico de sua namorada Julie (Cameron Díaz) que, após um ataque histérico, lança seu carro contra um barranco. Ela morre e David fica desfigurado.
Alguns meses depois e nenhum cirurgião conseguiu restaurar a fisionomia de David, impossibilitando-o de retomar a vida que tinha antes. Sofia não consegue nem mais olha-lo. É então que o que era simples fica complicado.
Após uma noite de bebedeira, tudo parece sofrer uma transformação. Sofia o ama, os cirurgiões reconstroem seu rosto. Mas há algo estranho. De uma hora para outra Julie reaparece afirmando ser Sofia. Não entendendo nada do que se passa, a vida de David se torna um pesadelo. Não conseguindo distinguir se perdeu o juízo ou se há uma trama para enganá-lo.
O mais interessante de Vanilla Sky é que ele não segue uma ordem cronológica coerente. Portanto, você poderá se sentir perdido em alguns momentos do filme, mas conseguirá juntar as peças do quebra-cabeça no final. É com certeza um grande filme!
Lucy
Todo mundo já deve ter ouvido, pelo menos uma vez na vida, a frase “só usamos 10 por cento do nosso cérebro”. Mas e se chegássemos a 100%? Essa é a premissa do filme.
Escrito e dirigido por Luc Besson. Lucy conta a história de uma jovem (vivida por Scarlett Johansson) que acidentalmente se envolve em uma negociação de drogas no mercado negro. Depois de absorver a substância experimental que carrega em seu estômago, Lucy passa a aumentar a cada minuto o acesso à capacidade de seu cérebro, chegando ao seu máximo.
Se você não assistiu Lucy ainda, não espere a qualidade dos filmes que citei anteriormente.
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- 2 de março de 2015